Aterramos no aeroporto de Singapura já de noite, depois de 8 horas num voo turbulento — porque, claro, “tranquilidade” não vinha incluída no bilhete. Felizmente havia internet a bordo e espaço para esticar as pernas; pelo menos deu para fingir que não estávamos a ser sacudidos como roupa na máquina de lavar. Até tivemos sorte porque como o avião não ia cheio tivemos mais espaço...
Vinte e seis minutos depois já tínhamos as malas — eficiência asiática no seu melhor. O aeroporto faz jus à fama de um dos mais incríveis e eficientes do mundo… é quase um centro comercial de luxo disfarçado de terminal, com floresta e cascata incluídas. Pena que o nosso horário não fosse compatível com a hora do “duche”…
Nessa noite, o destino foi apenas o hotel. Estávamos tão cansados que não houve coragem para grandes aventuras. Ainda deu para espreitar a piscina e as imediações.
No dia seguinte, lá fomos explorar uma das cidades mais caras do planeta. Viva, movimentada, cheia de nacionalidades — mas sem rótulos: distinguir locais de turistas asiáticos é quase missão impossível.
Reparei que a maioria anda de chinelos por todo o lado. Sim, chinelos. E eu ali a pensar se as minhas sapatilhas “respiráveis” iam aguentar o calor. Também só se usam cores neutras, acho que não vi ninguém de amarelo, lol.
São educados, adoram comprar e comem fora como se cozinhar em casa fosse crime. Nunca vi uma cidade com tantas lojas e restaurantes. Há para todas as carteiras… embora as melhores sejam para quem anda com o cartão “gold” no bolso. Apesar do dinheiro abundante, não existe polícia, em 5 dias vi apenas um carro, será que é mesmo uma das cidades mais seguras do mundo?
Nós, humildes viajantes — para não dizer pobres — ficámos pelos transportes públicos com o nosso passe turístico. Justiça seja feita: funcionaram sempre impecavelmente e eram um luxo comparativamente aos nossos.
Passeámos por Chinatown, Little India e o Bairro Árabe, mas também pelas zonas de elite: Marina Bay, Orchard Road e até a ilha de Sentosa, a que se chega de teleférico. As vistas são de cortar a respiração — literalmente, porque o calor sufoca mais do que qualquer panorama emociona. As fotografias ficaram lindas, mas nós parecíamos sempre saídos de uma sauna.
O que mais gostei, no entanto, foram os jardins da Marina, especialmente o Cloud Forest, uma cúpula gigante com tema temporário do parque jurássico, envolta numa neblina fantástica, cheia de dinossauros. Ali perto existem também as Supertrees, maravilhosas obras de arte, luminosas dentro do jardim. Fomos ver o espetáculo noturno, mas apanhámos tempestade: não vimos nada além de relâmpagos, trovões e chuva. Voltámos no último dia — e só isso já valeu muito a pena.
As noites foram uma desgraça. Com uma diferenca de 7h de fuso horário, o Jet lag de estimação: às 2h da manhã já estava de olhos abertos, e no melhor dos cenários às 4h. Assim, os 5 dias arrastaram-se devagarinho — como se Singapura quisesse que eu sofresse cada minuto do fuso horário.
Ainda assim, é uma cidade maravilhosa: muito verde, limpa, organizada, linda. Vale mesmo a visita. Não fossem os quase 12 000 km que nos separam, eu recomendava-te ir já amanhã, querida professora — só não te esqueças de levar chinelos, toalhitas e uma paciência infinita para o calor. Ah, e nem penses em procurar material escolar… não vi nada! Para tristeza minha…
E agora… Kuala Lumpur!
Chegou a hora de rumar à capital da Malásia. O clima será parecido: calor, alguma chuva e, para animar ainda mais, previsão de trovoada. O voo é pela AirAsia — low cost mas simpática — e já estamos prontos para embarcar, apenas a uma hora de distância.
Claro que, antes disso, houve uma paragem obrigatória: o WC do aeroporto. Não é todos os dias que entro numa casa de banho que parece saída de um hotel de 5 estrelas. Brilhava tanto que quase me esqueci de que estava ali só para… bom, fazer o que se faz num WC.
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