Ok, domingo tenho tudo preparado para voltar, já fui novamente às compras, sim foi a primeira vez que saí de casa depois do acidente, já coloquei tudo na mala, já fui buscar as decorações da sala de aula, que também sobreviveram ao acidente, tenho tudo pronto.
Como é óbvio não consego dormir, eram quatro da manhã quando resolvi ir dormir, ou tentar, para o sofá, que é excelente para quem tem as costas feitas num oito.
Antes das sete levanto-me, preparo-me. Estou ansiosa, estou nervosa, vou conduzir pela primeira vez desde aquele dia e vou passar no mesmo local, e vou com outro carro que não o meu, meu querido 307, que vai para o cemitério dos carros.
Vou cheia de medo o caminho todo, estou sempre a pensar, junto dos cruzamentos, que alguém se vai atravessar no meu caminho... aproximo-me do local onde tudo aconteceu...apetece-me chorar, mas não o faço. Vou devagar...à procura de vestígios...mas não há, é como se tivesse sonhado, mas eu sei que não...passo e avanço em direção à minha querida escola, a minha segunda casa, a minha vontade de regressar nunca se dissipou, apesar de tudo.
Cheguei e estacionei, correu tudo bem. Pego na tralha que trouxe e avanço, avanço para todos os que mostraram que me queriam bem, fico feliz por isso. Fico muito feliz.
Começo com reunião de departamento sigo para o almoço e para a reunião de diretores de turma, mais um dia no campo, como costumo dizer...
Se não fosse o meu corpo a dizer, poderia pensar que foi irreal, que não aconteceu, mas ele não deixa. Talvez para me mostrar que apesar de rija, às vezes também quebro, ou pelo menos vergo...
Comentários
Enviar um comentário